Tuesday, October 04, 2005

mininos da roça

O grupinho dos meninos - média de 7 anos - viviam atazanando a vida da família de caprinos . O bode coitado, já meio capenga, era alvo de chutes na bunda, a cabra tinha suas pernas amarradas e seu leite retirado, quase um estupro e o cabritinho, tadinho, assistia a tudo estarrecido. Mas o cabritinho rapidamente se tornou um jovem bode, com precoces chifres despontando e muito ódio acumulado. Um dos algozes era vizinho do proprietário dos caprinos , os quintais não possuiam uma cerca adequada e os animais e vez por outra, estavam em quintal alheio. A principal entrada da casa se dava através de um corredor, entre o muro e a casa, de uns 25m. O corredor dava pra duas janelas, de um quarto e a da cozinha. Certa vez que os meninos estavam reunidos na cozinha, escutam o portão batendo, sabiam quem batia o portão daquele jeito, só pode ser o Taquinho. Taquinho era o líder da malvadeza, gostava de perturbar animais, de qualquer tipo, mas principalmente a família bode. Da cozinha alguém grita:

- Olhem o crifudinho vindo correndo!

Era como chamavam o pequeno bode que seguiu rápido em direção ao corredor, parou, raspou o chão cimentado e mirou seu adversário. Taquinho do outro lado também se preparou já zombando:

- Olha só gente, o crifrudinho querendo aparecer, hahaha.

A esta altura as janelas já estavam repletas de moleques, brigando por um espaço. Quem demorou a chegar a janela O bode filho disparou numa velocidade inimaginável, quando Taquinho percebeu que tava fudido, tentou correr, levou uma cabeçada no rin esquerdo que o arremessou ao portão, antes de cair, tomou outra da boca do estômago. O bodinho empina suas patas e sai desembestado, dando coices, como se houvesse mais algum a derrubar. A platéia enlouquece e quase estouram de tanto rir enquanto ele está lá no chão, sem ar, quase morrendo. O bodinho foi batizado como Pégasu, ganhou o respeito de todos e ainda fizeram Taquinho jurar que não haveria retaliação, afinal havia sido uma luta honesta.